O medo de ser atacado novamente

Como cristãos no Egito lidam com a possibilidade de enfrentar novos ataques por causa da fé em datas como a Páscoa

Portas Abertas • 3 abr 2021


Muitos cristãos no Egito expressam a fé por meio de uma tatuagem de cruz no pulso

Muitos cristãos no Egito expressam a fé por meio de uma tatuagem de cruz no pulso

Os cristãos no Egito ultrapassam os 16 milhões. Mesmo vivendo a fé cristã desde o início do cristianismo, eles experimentam pressão e violência na vida diária. Isso, porém, não os faz querer esconder aquilo em que acreditam. Pelo contrário, muitos cristãos no país tatuam uma cruz como símbolo de sua fé. Escolher Jesus representa se tornar ainda mais vulnerável à perseguição.

A Páscoa, por ser uma data carregada de significado para os cristãos, aumenta ainda mais o risco de ataques aos cristãos. Enquanto a igreja livre celebra, a Igreja Perseguida está sob ameaça. Um exemplo disso são os ataques que ocorreram no Egito ao longo da semana santa nos anos de 2017 e 2018.

Em 2017, 49 cristãos foram mortos e mais de 110 ficaram feridos no bombardeio a duas igrejas no domingo que antecedeu a Páscoa. Já em 2018, ao menos sete meninas e mulheres cristãs desapareceram. Em cada um dos casos, a família da vítima diz que o sequestro foi realizado por um muçulmano para tentar convertê-la à força ou se casar com ela. Todos os desaparecimentos foram reportados à polícia, mas as famílias alegam que sempre foram tratadas com indiferença. Alguns chegam a dizer que membros da polícia estavam envolvidos nos desaparecimentos.

Sem nenhum direito

Samir, um parceiro da Portas Abertas no Egito, tem documentado há anos ataques contra cristãos no país. “Muitos incidentes acontecem por aqui. Líderes cristãos são atacados em público, às vezes chegando a serem mortos. Há três anos, um líder de igreja no Cairo foi atacado por um extremista. Foi morto apenas por ser um líder cristão. Além dele, muitos outros cristãos são atacados e perseguidos pela simples evidência da fé cristã, muitas vezes expressada por meio da tatuagem de cruz”, explica.  

A tatuagem também pode ser um problema ao precisarem de atendimento hospitalar. O tratamento pode ser recusado por causa disso. Além disso, muitos incidentes violentos ocorrem, mas os agressores não são presos, já que alguns juízes se utilizam da própria fé ao invés de se basear apenas na lei. Outros cristãos são vistos como mentalmente instáveis e são enviados para instituições psiquiátricas. Esse tipo de situação só aumenta o medo entre os cristãos.

“É muito doloroso para os cristãos egípcios pensarem que não possuem mais direitos. Então eles sentem medo quando um ataque acontece em algum lugar no Egito, já que não há punição para os agressores. Eles estão com medo do que pode acontecer com seus filhos, medo de sequestros. Isso faz com que se tornem ainda mais cuidadosos e não andem livremente nas ruas”, o parceiro conta.

As igrejas continuam apoiando seus membros. Líderes religiosos visitam parentes e vítimas de ataques. Apesar de muitos conseguirem perdoar seus agressores, eles ainda precisam de muita ajuda, pois os tempos continuam difíceis. Os cristãos no Egito precisam de apoio para se manterem firmes na perseguição e saberem como compartilhar a fé. Seja Um Com Eles. Sua contribuição permite que um cristão egípcio participe de treinamento e se torne mais resiliente.  

Sobre nós

A Portas Abertas é uma organização cristã internacional e interdenominacional, fundada pelo Irmão André, em 1955. Hoje, atua em mais de 60 países apoiando cristãos perseguidos por causa da fé em Jesus.

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