Qual é o Dia Mundial do Refugiado?

Além de quando a data ocorre, saiba quem é considerado refugiado e como está relacionado com a perseguição

Portas Abertas • 18 jun 2022


Família em frente a sua tenda após ter que fugir do Iraque por conta dos ataques do Estado Islâmico

Família em frente a sua tenda após ter que fugir do Iraque por conta dos ataques do Estado Islâmico

Dia 20 de junho é o Dia Mundial do Refugiado. Mas essa não é uma data para ser comemorada, mas sim lembrada com orações e súplicas. Principalmente diante do atual cenário de intolerância, guerras e perseguições que deram início a uma das piores crises migratórias da história da humanidade. Os refugiados são aqueles que estão fora de seu país natal por conta do medo da perseguição relacionada a conflitos armados, questões de raça, religião, nacionalidade, pertencimento a grupo social ou opinião política, bem como violação grave e generalizada de direitos humanos.

Qual a diferença entre refugiado e deslocado interno?

Os deslocados internos, diferente dos refugiados, são pessoas que são forçadas a fugir ou deixar suas casas, mas não saem de seu país. Geralmente isso é devido ao resultado ou para tentar evitar efeitos de conflitos armados, situações de violência generalizada, violações dos direitos humanos e desastres naturais ou causados pelo homem.Segundo relatório de 2021 do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), há 60,1 milhões de deslocados internos no mundo.


Os países com os maiores aumentos nas redes de deslocados internos foram principalmente na África, onde um crescente número de pessoas foram forçadas a fugir de conflitos e desastres. Por exemplo, o Leste e Chifre da África e a região dos Grandes Lagos presenciou um novo deslocamento interno massivo durante o ano de 2020. Isso foi principalmente devido ao surgimento do conflito na região do Tigré, na Etiópia, um país que já luta com o deslocamento, mas agora enfrenta uma crise humanitária em grande escala, com mais de 2,7 milhões de deslocados internos em todo o país. Os vizinhos Sudão e Somália também experimentaram aumento nas suas populações de deslocados internos.

Quantos refugiados há no mundo?

De acordo com o relatório de 2021 da ACNUR, mais de 100 milhões de pessoas estavam em situação de deslocamento, ou seja, foram forçadas a deixar seus locais de origem por diferentes tipos de conflitos. Isso representa mais do que o dobro dos 41 milhões que estavam nessa situação em 2010 e um aumento de 4% do total do ano anterior. Como resultado, 1% da populaçao mundial — 1 em cada 78 pessoas — foram forçadas a se deslocar. Dessas, 32,1 milhões são refugiados.


Onde há mais refugiados?


De todos os refugiados no mundo, 82% vieram de apenas dez países: Síria (6,8 milhões), Venezuela (4,6 milhões), Afeganistão (2,7 milhões), Sudão do Sul (2,4 milhões), Mianmar (1,2 milhão), República Democrática do Congo (865 mil), Sudão (806 mil), Somália (792 mil), República Centro-Africana (713 mil) e Eritreia (490 mil). Muitas grandes crises contribuíram para o deslocamento massivo na última década. Os números também incluem pessoas que foram deslocadas mais de uma vez.


Diversas crises — algumas novas, algumas reaparecendo após anos — forçaram pessoas a fugir dentro ou além das fronteiras do seu país. Afeganistão, Somália e Iêmen continuam sendo focos, enquanto o conflito na Síria já passou de 11 anos. Na região africana do Sahel, cerca de três quartos de um milhão de pessoas foram recém-deslocadas no que talvez seja a mais complexa crise regional no mundo. Na República Democrática do Congo, atrocidades conduzidas por grupos armados resultaram na morte de mais de dois mil civis em suas três províncias orientais.


Na Etiópia, mais de um milhão de pessoas foram deslocadas pelo país durante o ano, enquanto mais de 54 mil fugiram da região de Tigré para o Leste do Sudão. No Norte de Moçambique, centenas de milhares escaparam da violência mortal, com civis testemunhando massacres de grupos armados não estatais em diversas vilas, incluindo decapitações e sequestros de mulheres e crianças. O início das hostilidades entre Armênia e Azerbaijão deixou um impacto devastador em civis de ambos países e deslocou dezenas de milhares de pessoas.


Durante 2020, uma estimativa de 11,2 milhões de pessoas se tornaram deslocadas — um total que inclui pessoas deslocadas pela primeira vez, bem como pessoas que foram deslocadas repetidamente.


Segundo a ONU, em 2020, o Brasil reconheceu um total de 26.577 refugiados. Entre as principais nacionalidades reconhecidas estão venezuelanos, sírios e congoleses.

Como é a situação dos refugiados na América Latina?


O número de refugiados e venezuelanos deslocados no exterior cresceu 8% durante 2020, alcançando cerca de 4,6 milhões. O contínuo deslocamento de venezuelanos, notavelmente para o Brasil, México e Peru, bem como a revisão das estimativas para os deslocados no Peru foram a principal razão para esse aumento. A Colômbia recebeu mais de 1,7 milhão de pessoas deslocadas pela fronteira, 7% do total global, em sua grande maioria da Venezuela. Pela primeira vez em cinco anos, o número de venezuelanos na Colômbia diminuiu, cerca de 124,6 mil venezuelanos voltaram para o seu país devido a dificuldades ocasionadas pela pandemia e seu impacto econômico.


O que merece destaque na questão dos refugiados em países da América Latina é a crise migratória na Venezuela. De acordo com as Nações Unidas, no meio de 2020, cerca de 4,5 milhões de pessoas tinham deixado seu país, dos quais 138,6 mil eram refugiadas. De maneira mais geral, em 2019, também houve um número crescente de solicitações de reconhecimento da condição de refugiado. Entre os que solicitaram refúgio, figuram entre os dez principais países Honduras (78,1 mil), Guatemala (56,1 mil), El Salvador (54,3 mil) e Nicarágua (52 mil).


Por outro lado, quatro países latino-americanos estão entre as dez nações que mais receberam solicitações de reconhecimento da condição de refugiado, são eles Peru, México, Costa Rica e, pela primeira vez, Brasil.


Qual a relação entre os refugiados e a perseguição?

Aproximadamente 18 mil cristãos vivem em campos de refugiados na República Centro-Africana devido a ataques radicais islâmicos


A maioria dos países afetados estão na Lista Mundial da Perseguição e na Lista de Países em Observação, o que quer dizer que os cristãos também são afetados. Muitos precisam abandonar suas casas e vilas para se refugiar em outras cidades ou países, sob condições mínimas de sobrevivência, apenas por seguirem a Jesus Cristo. De acordo com o relatório da Anistia, em países do Oriente Médio e da África Subsaariana, os refugiados cristãos são particularmente visados. Eles estão sujeitos a sequestro, tortura, roubos e agressões físicas por gangues e traficantes de pessoas, além de abusos cometidos por grupos extremistas. Por isso, eles precisam cada vez mais de nossas contribuições e orações.

Ao longo dos anos, mostramos as condições de irmãos e irmãs que, como fugitivos, precisam abandonar casas e vilas para se refugiar em outras cidades, sob condições mínimas de sobrevivência, apenas por seguirem a Jesus Cristo. Em diversos países, a ação de grupos islâmicos extremistas como o Estado Islâmico no Oriente Médio e o Boko Haram na África, também leva muitos cristãos a zonas de refúgio. A fim de expor o islã radical, os grupos utilizam de violência, mesmo que os governos se declarem laicos. O grupo mais hostilizado nesse contexto é o cristão, por se negar a se declarar muçulmano e não negar o nome de Jesus. Ao não seguir as regras de grupos extremistas ou não se converter ao islamismo, a única saída é ir embora.

 Como os cristãos auxiliam os refugiados?

Nos locais que abrigam cristãos, há igrejas dedicadas ao serviço de refugiados, além de vários projetos da Portas Abertas em andamento, em que muitos voluntários e colaboradores se preocupam com as necessidades físicas, emocionais e espirituais de cada um deles. No entanto, em alguns países, a demanda é maior que o oferecido, principalmente quando a igreja local ainda tem de lidar com a discriminação religiosa na própria sociedade.


A Síria vive a maior crise de refugiados do mundo. De lá, saíram fugidos Abud*, a esposa e os quatro filhos para viver em uma tenda solitária, armada em um campo aos arredores de Zahle. Essa é uma das muitas famílias muçulmanas que recebem o apoio da igreja local. “Disseram-nos que a igreja distribuía comida. Ela realmente nos dá um bom apoio”, compartilharam. Um dos colchões dispostos no chão também foi doado pela igreja, que recebe apoio da Portas Abertas para o socorro de refugiados sírios.

Butros*, um voluntário da igreja local, tem 450 famílias sob sua responsabilidade. Ele e sua igreja entendem como sua tarefa ajudar refugiados da Síria. Quase toda a congregação está envolvida, seja na doação de alimentos, cobertores, fogões, combustível, visitas ou ao providenciar estudo para as crianças.


Qual a diferença entre o Dia do Refugiado e Dia do Imigrante?

Campo de refugiados no Sudão abriga, aproximadamente, 70 mil pessoas


A principal diferença entre um refugiado e um imigrante é a motivação das pessoas para a saída de seu país. Os refugiados se deslocam para outro país por motivo de guerra ou perseguição em seu local de origem. No caso dos imigrantes, a saída do país tem por objetivo conseguir melhores condições de vida ou sobrevivência. Por conta disso, o Dia do Imigrante é comemorado em outra data, em 25 de junho. É importante saber a diferença entre os dois porque ao considerar um refugiado como imigrante, tira-se o peso da proteção legal que tais pessoas necessitam. 


Ajude cristãos refugiados


Muitos são os desafios enfrentados pelos cristãos refugiados como resultado da perseguição em todo o mundo. Essa situação é gerada devido a algum tipo de crise, conflito ou guerra. Com uma doação, você permite que cristãos refugiados tenham suas necessidades básicas supridas.

*Nomes alterados por segurança.

Sobre nós

A Portas Abertas é uma organização cristã internacional e interdenominacional, fundada pelo Irmão André, em 1955. Hoje, atua em mais de 60 países apoiando cristãos perseguidos por causa da fé em Jesus.

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