Como é a jornada de um ex-muçulmano a Cristo?

Entenda a conversão de Issam, do Norte da África, que tinha muitas perguntas sobre o islã, mas só encontrou as respostas em Jesus

Portas Abertas • 22 jun 2020


Issam hoje se sente seguro na comunhão da família da fé, apesar de não contar com o apoio da família por ter se convertido a Cristo

Issam hoje se sente seguro na comunhão da família da fé, apesar de não contar com o apoio da família por ter se convertido a Cristo

A vida de Issam*, hoje na casa dos 40 anos, começou como a maioria dos norte-africanos. “Nasci em uma família muçulmana comprometida. A partir dos 7 anos, comecei a frequentar a mesquita. Entre um período de oração e outro, um homem idoso nos ensinava como crescer na fé islâmica. Quando cresci, comecei a fazer perguntas mais profundas. Mas a resposta dos mais velhos era: Você não é maduro o suficiente para entender. Mas isso me fez questionar: Se Alá está me enviando uma mensagem [o Alcorão] que eu não consigo entender, por que então ele enviou?."

Issam menciona algumas ideias no pensamento islâmico que não são eticamente aceitáveis para ele. Por causa dessas coisas, ele se afastou da religião de seus pais e ancestrais. “Eu continuei a dizer que era muçulmano, mas estava chateado com Alá. Eu sabia que ele existia, mas não gostava dele."

Um dia, Issam começou a ler o Novo Testamento e comenta sobre sua primeira impressão: “Eu sempre pensei que havia regras estritas na religião de meus pais, mas descobri que Jesus era ainda mais rigoroso! Mesmo um olhar adúltero para outra pessoa é rejeitado na Bíblia. Quando compartilhei com os amigos o que havia lido, eu disse: ‘Jesus tem ideias maravilhosas, mas ninguém pode colocá-las em prática’”.

Conhecer a Deus através de Jesus

Foi assim que Issam começou a se abrir para conhecer a Deus como ele é. Até que um dia ele conheceu um missionário estrangeiro que o levou à igreja. “Na igreja, ele e os outros começaram a explicar sobre Jesus e sobre fé. Na Bíblia, eles puderam responder às perguntas que eu tinha ao ler o Alcorão”, conta.

Embora tenha continuado indo à igreja depois daquela primeira vez, Issam continuou lutando com a ideia de que Jesus era Deus. "Decidi me comprometer com o ensino dele. Vi Jesus como meu irmão mais velho. Então eu conheci uma senhora na igreja que foi direto ao assunto e ainda sou grato por isso. Ela disse: Se você não acredita que Jesus é Deus, você não é salvo. Essas palavras me fizeram estudar a Bíblia novamente. Comecei a investigar quem é Jesus. No islã, o melhor personagem para mim não era Jesus, mas João Batista; ele era o meu favorito. Não foi fácil entender quem Jesus realmente era; levei alguns meses para ver que Jesus realmente é o Filho de Deus, que é Deus", explica Issam.

“Ao ler a Bíblia, procurando por provas, descobri sobre a forte conexão entre Deus, o pai, e Jesus [o filho]. Vi como os três da trindade se relacionavam entre si, vi como Jesus falava com o pai. Eu li sobre os três no momento em que Jesus foi batizado – Deus pai se alegrando com Jesus, seu filho, e o Espírito Santo descendo sobre ele. Descobri que Jesus realmente é muito mais que um homem.”

Certeza da salvação seguida de perseguição

Ao recordar a conversão em 2003, Issam afirma: “Sinto-me seguro com Jesus. Talvez essa seja a maior diferença. No islã, você nunca tem certeza que irá para o céu. ‘Acredite em mim e você estará no céu comigo’, é o que Jesus simplesmente diz. Isso realmente me tocou. Você ouve muçulmanos dizendo se eu for para o céu. Minha reação é: eu sei que vou para o céu. Eu sei para onde estou indo e isso dá estabilidade à minha fé”.

Após dois anos de convertido, Issam enfrentou o primeiro episódio de perseguição, em uma discussão com o irmão, que disse: “No islã você deveria ser morto por isso, mas eu não vou matá-lo. Mas você deve saber que se alguém lhe matar, eu não vou vingá-lo”. A partir daí, Issam soube que não podia mais contar com o apoio e proteção da família.

Como caçula da família e o único ainda solteiro, Issam sustentava a mãe, mas, devido à pressão de outras pessoas, ela, às vezes, recusava o dinheiro dele. “Foi muito difícil vê-la sofrendo por não ter dinheiro suficiente”, relembra Issam. Toda essa pressão pretendia trazer Issam de volta ao islã.

No entanto, ele é categórico em afirmar: “Ter a certeza da salvação é mais precioso que a pressão. Sempre acreditei que as coisas se acalmariam e assim aconteceu. Meu irmão disse recentemente que minha esposa e eu somos diferentes como casal, que somos pessoas boas. Uma das minhas irmãs agora está lendo a Bíblia com a permissão do marido. Ele disse a ela: ‘Quando você encontrar as respostas para suas perguntas, eu considerarei essa fé também, se você optar por segui-la’”.

* Nome alterado por segurança.

Edificados pelo discipulado

Uma das maiores necessidades dos cristãos ex-muçulmanos no Norte da África é de discipulado, para que possam entender as bases da nova fé e saber como viver a nova vida em Cristo. Sua doação contribui para que eles sejam discipulados e assim cresçam na fé, se tornando cristãos maduros, que servem o corpo de Cristo. Participe da jornada de ex-muçulmanos no Norte da África!

 

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A Portas Abertas é uma organização cristã internacional e interdenominacional, fundada pelo Irmão André, em 1955. Hoje, atua em mais de 60 países apoiando cristãos perseguidos por causa da fé em Jesus.

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