Ataques de grupos radicais aumentam na República Democrática do Congo

No último mês, as Forças Democráticas Aliadas foram responsáveis por várias mortes no país

Portas Abertas • 12 mar 2021


Os ataques feitos pela ADF na República Democrática do Congo deixaram muitos cristãos mortos e feridos

Os ataques feitos pela ADF na República Democrática do Congo deixaram muitos cristãos mortos e feridos

O Departamento de Estado dos Estados Unidos denominou as Forças Democráticas Aliadas (ADF, da sigla em inglês) e a Ansar al-Sunna como organizações terroristas estrangeiras e terroristas globais, ambas atuam na República Democrática do Congo. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a ADF matou mais de 850 civis em 2020.

As províncias de Kivu do Norte e Ituri, no leste do país, foram as que mais enfrentaram ataques vindos dos grupos armados. Sob a liderança de Seka Musa Baluku, a ADF ganhou notoriedade pela brutalidade dos ataques contra cidadãos e forças militares. No mês de fevereiro, o grupo realizou dois ataques no território.

Ataque em Ndalya

Em muitos países, como a República Democrática do Congo, o Dia dos Namorados é comemorado em 14 de fevereiro. Mas nesta data em que se celebra o amor entre as pessoas, o distrito de Ndalya foi atacado por homens armados durante a madrugada. O incidente deixou 18 mortos, entre eles seis mulheres, três crianças e nove homens. Grande parte dos mortos eram cristãos.

O ataque começou assim que os membros deixaram a igreja após um sermão de um pregador convidado, Antoine Semaye. Quando estavam saindo do templo, notaram homens armados se aproximando. Eles fugiram para a igreja e trancaram a porta, mas os agressores forçaram a entrada e mataram o pastor Semanye e outros sete. Dois dos mortos foram identificados como Kathuna Olive e Moise Maliyabho. A esposa do pastor Antoine foi sequestrada durante o ataque.

O pastor Antoine serviu como líder em Mambelenga por 14 anos. Ele deixou seis filhos e quatro netos. Outros mortos na aldeia incluíam um membro de outra igreja evangélica, Marie Kanyere e outros três daquela congregação. Marie sofreu um ferimento à bala e tentou fugir, mas faleceu no caminho. Fontes locais também disseram que os corpos de quatro militantes da ADF e três soldados do governo foram descobertos no centro comercial de Ndalya.

Outras 14 pessoas ficaram feridas no ataque. "Depois de matar, os agressores reuniram os 23 reféns, incluindo a esposa do pastor falecido, Antoine, no centro da cidade antes de recuar pelo centro comercial", explica o líder da igreja. Eles também saquearam a igreja e duas farmácias e incendiaram quatro lojas no centro da cidade. A maioria da população fugiu após o ataque, em direção a Bunia.

O pastor explicou que depois que os agressores deixaram Ndalya, eles descobriram chinelos de crianças sequestradas caídos na beira da estrada. "Quando vi os chinelos, pensei comigo mesmo... essas crianças vieram à igreja para comunhão e agora foram levadas para um destino desconhecido. Então, ali, eu só tinha que orar por elas, e agora, peço aos outros que intercedam por elas", solicita o líder.

Ataque em Lume

No início da noite de 5 de fevereiro, acredita-se que os membros da ADF mataram 21 pessoas em Lume, a leste da cidade de Beni. A maioria das vítimas, 17 delas, eram cristãs. Um líder da igreja explicou em uma entrevista por telefone que a fazenda Lume faz parte do Parque Nacional Virunga, onde os agricultores cultivam vários alimentos. A comunidade cristã composta por cerca de 57 famílias (378 pessoas) mudou-se para a fazenda em novembro do 2020, depois de notar pessoas suspeitas vagando pela antiga aldeia. 

Um ativista local de direitos humanos disse à Rádio RTR Beni, que os agressores chegaram vestidos de soldados do governo e estavam procurando o chefe local. Os militantes convenceram as pessoas porque falavam duas línguas: suaíli e a língua local. Porém, durante a noite, eles começaram a agredir e matar os moradores da fazenda.

Entre as vítimas estavam o pastor Masasi Kyambi que chefiou a igreja, o irmão dele, Mupita Kyambi, e Samuel Kalupala. Outras sete pessoas foram dadas como desaparecidas após o ataque. Fontes dizem que três dos sequestrados conseguiram fugir. Após o incidente, em 14 de fevereiro, a organização da sociedade civil local decretou um dia de luto em memória das vítimas. Foi realizado um culto ecumênico com a presença de vários líderes cristãos.

Pedidos de oração

  • Apresente em oração os cristãos na República Democrática do Congo que continuam enfrentando ataques vindos da ADF. Peça para que a igreja seja resiliente, mesmo diante dos ataques.
  • Interceda pelas famílias que perderam entes queridos durante os confrontos e por aqueles que estão feridos e hospitalizados. Clame para que Deus restaure a saúde e os corações dos cristãos.
  • Ore pelos integrantes dos grupos armados, para que o Espírito Santo de Deus aja sob a vida deles, trazendo transformação completa.

Sobre nós

A Portas Abertas é uma organização cristã internacional e interdenominacional, fundada pelo Irmão André, em 1955. Hoje, atua em mais de 60 países apoiando cristãos perseguidos por causa da fé em Jesus.

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