Tendências da Perseguição

Confira os fatos que influenciaram as principais mudanças na Lista Mundial da Perseguição 2024

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No Iraque, Jarjis Youssif fugiu de Qaraqosh com poucos pertences e sua valiosa Bíblia

Todos os anos, a pesquisa da Lista Mundial da Perseguição (LMP) retrata o contexto dos países onde os cristãos perseguidos vivem. Acompanhe as principais tendências que influenciaram a LMP 2024, que foram coletadas no período de 1 de outubro de 2022 a 30 de setembro de 2023.

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1. Violência por motivos religiosos é intensificada pela falta de estabilidade na África Subsaariana
2. Influências estrangeiras pressionam a vida cristã na África Subsaariana
3. Aumento da violência na Índia à medida que as eleições se aproximam
4. Igrejas estão sob ataque de governos, multidões e insurgentes
5. Cristãos estão menos à vontade no Oriente Médio e Norte da África
6. Liberdade de expressão se deteriora rapidamente na Nicarágua
7. Coreia do Norte restabelece sua liderança no primeiro lugar da LMP
8. Alguns raios de esperança

1. Violência por motivos religiosos é intensificada pela falta de estabilidade na África Subsaariana

O aumento geral do nível de violência na Lista Mundial da Perseguição (LMP) 2024 se deve, sobretudo, ao aumento dos ataques a igrejas, casas e negócios de cristãos. Esses ataques, por sua vez, se devem à falta de estabilidade na África Subsaariana. A desestabilização dos países aconteceu, principalmente, pela ação de grupos extremistas islâmicos. Em países como o Mali, os radicais conquistaram regiões antes ocupadas por tropas francesas, que deixaram o país em novembro de 2022, além do encerramento da missão da ONU em dezembro de 2023.

Outro fator para o aumento da violência foram os diversos golpes militares que aconteceram. Historicamente, os regimes militares não costumam respeitar o pluralismo religioso. A derrubada de governos eleitos indica um retrocesso democrático e costuma aumentar o autoritarismo e a perseguição religiosa.

2. Influências estrangeiras pressionam a vida cristã na África Subsaariana

A China encontrou um mercado promissor para a venda de tecnologia de vigilância na África Subsaariana. Os regimes autoritários pagam milhões de dólares para replicar a vigilância e a repressão em seus territórios. Além disso, o Partido Comunista Chinês abriu sua primeira faculdade no exterior, na Tanzânia, onde forma uma liderança política baseada em um governo de partido único com domínio econômico e social.

A Rússia também influencia países da África Subsaariana por meio do grupo mercenário Wagner. As tropas são temidas na região do Sahel, pois além de lutar contra os grupos jihadistas, agem com truculência contra a população. Não há mais espaço para denunciar a violação dos direitos humanos dos civis e os cristãos temem retaliação violenta caso sejam identificados como apoiadores de países ocidentais, reconhecidos como opositores da Rússia. Além disso, o grupo manipula setores econômicos vitais, como a mineração.

3. Aumento da violência na Índia à medida que as eleições se aproximam

O projeto do governo federal do partido BJP, de tornar a Índia um país totalmente hindu, ganha cada vez mais simpatizantes e promove ataques de multidões furiosas contra minorias religiosas, como os cristãos. A maioria das 160 mortes de cristãos e o deslocamento forçado de 62 mil seguidores de Jesus aconteceu devido aos conflitos entre as etnias kuki e meitei no estado de Manipur. A inclusão dos meitei na lista de tribos oficiais encontrou oposição entre os kuki, pois daria poder ao povo de maioria hindu de invadir terras nas montanhas reservadas aos kuki. Entenda o conflito.

O aumento da pressão sobre os seguidores de Jesus na Índia também é resultante da expulsão de 200 pessoas de 70 famílias cristãs das comunidades nos estados de Madhya Pradesh e Chhattisgarh. Já no estado de Uttar Pradesh, nove pastores foram presos sob a acusação de forçar conversão religiosa.

4. Igrejas estão sob ataque de governos, multidões e insurgentes

Os dez países onde o maior número de igrejas e propriedades públicas cristãs, como escolas, foram atacadas são China, Índia, Nigéria, Nicarágua, Etiópia, Ruanda, Sudão, Burkina Faso, Níger e Angola. O maior número de igrejas fechadas foi de igrejas domésticas na China. Apesar da nomenclatura remeter a reunião de pequeno grupo de cristãos, em muitos casos, centenas e até milhares de membros se reuniam em locais públicos como hotéis e escritórios alugados. Agora, esses cristãos foram obrigados a se reunir em grupos menores, como antigamente.

Na Índia, os ataques a igrejas são promovidos por multidões violentas. Um exemplo aconteceu em 4 de maio de 2023 na cidade de Imphal, em Manipur, quando 249 igrejas meitei foram destruídas nas primeiras 36 horas pelos hindus meitei e adeptos do sanahaismo (religião tradicional meitei).

5. Cristãos estão cada vez menos à vontade no Oriente Médio e Norte da África

Seguir a Jesus em países de maioria islâmica está cada vez mais difícil. Na Síria , por exemplo, os cristãos que lutam para reconstruir a vida em meio à guerra estão ameaçados pela ação de grupo extremistas opositores ao governo, como o Hayʾat Taḥrīr al-Shām. Eles assumiram o controle de igrejas históricas e os seguidores de Jesus não podem expressar a fé livremente. Agora, a Síria está entre os 13 países onde a perseguição aos cristãos é extrema.

No Norte do Iraque, as tropas apoiadas pela Turquia, que lutam contra o Partido dos Trabalhadores do Curdistão, têm os cristãos como alvo. Logo, a única saída para a população que permaneceu no país em campos de deslocados é fugir novamente em busca de um local seguro para sobreviver. Outra situação que agravou a perseguição no país é a mudança de lei que dá aos partidos políticos vencedores o direito às cinco cadeiras reservadas no Parlamento a representantes de minorias étnicas e religiosas, como os cristãos.

Na Argélia, apenas quatro das 46 igrejas filiadas à Igreja Protestante da Argélia estão abertas e várias igrejas independentes deixaram de existir. Essa situação é consequência da aplicação da lei de 2006, que proíbe o funcionamento de igrejas sem registro do governo, mas as autoridades nunca deram o documento de registro para nenhuma comunidade de fé cristã. Além disso, líderes cristãos receberam apenas ordem verbal de fechar igrejas, pois ordens oficiais podem ser contestadas em tribunal.

6. Liberdade de expressão se deteriora rapidamente na Nicarágua

O destaque na América Latina foi a Nicarágua, que subiu 20 posições na LMP 2024 e agora ocupa o 30º lugar. A hostilidade contra a igreja na Nicarágua deixou de ser indireta e agora pode ser notada por meio das restrições de liberdade religiosa, envolta em estruturas jurídicas feitas sob medida com esse propósito.

Os críticos da repressão à liberdade de expressão por parte do governo foram presos, assim como seus defensores. Universidades e outras instituições ligadas à igreja tiveram seus registros cancelados e propriedades e meios de comunicação de cristãos foram confiscados. Líderes religiosos são acusados de espionagem; alguns tiveram a cidadania cancelada, além de serem forçados ao exílio. Celebrações cristãs em espaços públicos também foram proibidas. O governo da Nicarágua até fechou sua embaixada em Roma, na Itália. O objetivo do governo não é simplesmente silenciar a voz dos cristãos, mas impedir sua credibilidade e a propagação de sua mensagem. No continente, segue a tendência de criar um governo de partido único, assim como Cuba.

7. Coreia do Norte restabelece sua liderança em primeiro lugar

A Coreia do Norte ocupa novamente o primeiro lugar no ranking de países onde os cristãos enfrentam mais perseguição. Centenas de refugiados norte-coreanos na China foram repatriados assim que Pyongyang reabriu suas fronteiras com o vizinho comunista. De acordo com os dados da organização Human Rights Watch, o número de refugiados norte-coreanos a voltar para o país pode chegar a 600. A maioria dos repatriados são mulheres e correm ricos de serem presas, enviadas para campos de trabalho forçado, torturadas, abusadas sexualmente e até mortas. Não há como saber quantos desses cidadãos deportados são cristãos, mas é possível que sejam muitos, que fugiram para a China por causa da perseguição e outros que encontraram a Cristo enquanto refugiados.

8. Alguns raios de esperança

Apesar de os cristãos do Mali enfrentarem a perseguição dos militares no poder e de grupos extremistas, é possível que haja uma nova eleição em 2024. O governo militar comprometeu-se a trabalhar para promover a democracia depois que a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental puniu o país com sanções comerciais e financeiras

Na Índia, o partido BJP saiu do governo do estado de Karnataka, nas eleições de 2023. De acordo com o jornal Hindustan Times, o novo governo afirmou que as revisões de livros escolares e leis anticonversão impostas pelas autoridades anteriores podem ser revistas ou retiradas, pois são contra o interesse do estado. Já no Sri Lanka, pastores que receberam treinamento jurídico conseguiram defender seus direitos constitucionais e impedir alguns fechamentos de igrejas.



No Laos, assim como a perseguição aumenta, o evangelho também se espalha. Um especialista no país testemunhou: “Em todos os meus anos trabalhando como pesquisador, nunca vi uma conexão mais clara do crescimento da igreja ao crescimento da oposição, resultando em pontuações mais altas na pesquisa da LMP. Acho reconfortante que as passagens bíblicas que preveem esta conexão ainda sejam verdadeiras”.

*O período de pesquisa da Lista Mundial da Perseguição 2024 foi de 1 de outubro de 2022 a 30 de setembro de 2023.

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A Portas Abertas é uma organização cristã internacional e interdenominacional, fundada pelo Irmão André, em 1955. Hoje, atua em mais de 60 países apoiando cristãos perseguidos por causa da fé em Jesus.

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