O Irã é uma das mais antigas entre as grandes civilizações de existência contínua. Em sua história mais recente, Mohammad Khan Qajar, fundou a dinastia Qajar, em 1794. Em 1921, o comandante militar, Reza Khan, tomou o poder e depois foi coroado Reza Shah Pahlavi. Vinte anos depois, Grã-Bretanha e Rússia ocuparam o Irã durante a Segunda Guerra Mundial. Um golpe militar foi realizado com a ajuda do serviço secreto do Reino Unido e dos Estados Unidos em 1953, e Shah, que fugira, retornou.
A revolução iraniana destituiu Shah em 1979 e tornou o Irã uma República Islâmica. Os clérigos islâmicos xiitas assumiram o controle político, proibindo qualquer influência ocidental. À época do Shah, foi iniciado um programa de modernização com influências ocidentais no país. Ao mesmo tempo, os que não concordavam eram fortemente oprimidos. Um ano depois, em 1980, começou a guerra Irã-Iraque, que durou 8 anos.
A história recente viu pelo menos dois pontos notáveis na cena política no Irã. Em julho de 2015, um acordo entre Irã e seis potências mundiais foi assinado com o objetivo de restringir o programa nuclear iraniano – especialmente o de enriquecimento de urânio – em troca da retirada de sanções internacionais. De acordo com a revista The Economist, esse foi um momento decisivo para a economia e o envolvimento do Irã com o sistema internacional.
A história política recente, com a reeleição do presidente Rouhani, em maio de 2017, enfatiza o surgimento de uma política moderada no Irã. No entanto, as eleições para o chefe da Assembleia de Peritos elegeram um líder antiocidente linha dura. Esse é um claro lembrete de que, no final das contas, é o líder supremo quem mexe os pauzinhos na política iraniana.
O acordo nuclear deveria conduzir o Irã a uma maior influência na região. Entretanto, em 8 de maio de 2018, os Estados Unidos anunciaram a retirada do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, da sigla em inglês) – que é conhecido como “O Acordo Iraniano”. Os norte-americanos também reestabeleceram sanções contra o Irã, que têm sérias consequências políticas e econômicas. A moeda iraniana, o rial, perdeu valor, mas as consequências políticas foram ainda mais sérias.
No nível local, não se espera que o acordo aponte para uma melhoria em direitos humanos, especificamente de religião. Pelo contrário, conservadores na política iraniana querem suprimir todos os elementos considerados uma ameaça ao regime islâmico. Especialmente desde que mais e mais iranianos estão discordando do regime e políticas econômicas, depois dos grandes protestos em janeiro de 2018. Isso prejudica a legitimidade do regime. Temendo ideologias que possam substituir a doutrina islâmica, o governo iraniano oprime todos os outros grupos ideológicos ou religiosos.
Na visão dos líderes atuais, expandir a influência do islamismo xiita no Oriente Médio é um meio de continuar a revolução. Particularmente no Iraque, o islamismo xiita recuperou a influência desde o desaparecimento de Saddam Hussein.
E, a partir do surgimento do Estado Islâmico em grandes áreas do Iraque, milícias xiitas (iranianas) têm lutado contra eles, desempenhando um papel importante, como na derrota do Estado Islâmico na batalha de Mossul, em julho de 2017. O general Soleimani, do Exército dos Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC), se vangloriou em um discurso, em julho de 2017, de que a influência de Teerã no Oriente Médio se expandiu “dezenas de vezes” como resultado da guerra síria.
Assim, o Irã goza de maior influência como poder regional no Oriente Médio, diferentemente da intenção dos Estados Unidos.